domingo, 15 de novembro de 2009

Nikko: um belíssimo espetáculo

Nikko chama a atenção pela magnífica natureza e pelo templo Xintoísta de Toshogu (onde se encontram os restos mortais de Tokugawa Ieyasu, o fundador do Sogunato Tokugawa) . Ali existem festivais com procissões em que os participantes desfilam em trajes da era feudal. O templo e os demais encantos do Parque Nacional de Nikko fazem a região ser ponto obrigatório de turismo e excursões escolares.

Nikko está localizada a 150Km ao norte de Tokyo, entende-se por uma área de 545Km2 e tem um magnífico cenário cercado de montanhas, lagos, rios, cascatas e florestas. E no outono fica ainda mais bonita, com árvores que vão do amarelo ao vermelho intenso, contrastando com árvores gigantescas de um verde escuro muito bonito. E, apesar de toda a chuva que caiu pela manhã, ainda sim o lugar estava belíssimo.



Logo na entrada pode-se ver a Ponte Sagrada ou Ponte dos Deuses (Shinkyo). Ela tem 28 metros de extensão e fica sob o Rio Daiya. Só é aberta ao público no festival do Santuário Toshogu. Nos tempos Feudais somente o Imperador podia passar.


Para se chegar ao Santuário Toshogu passa-se por uma “Avenida do Cedro”, arborizada com Cedros plantados há 3 séculos. Dizem que tem 13 mil cedros ... não tive tempo de contá-los todos.

O Templo de Toshogu apresenta uma decoração mais detalhada em seus templos.


Chegando no Santuário temos a vista de um pagode de 5 andares, com 36 metros de altura, absolutamente elegante! Com muito vermelho e dourado, tem uma imponência que é difícil de descrever.


Depois, já na entrada do Santuário temos a figura do Gato Adormecido ( Nemurineko), que é um tesouro nacional, gravada por um escultor do Período Edo.


O Santuário Toshogu foi construído em 1636 pelo neto do Xogun Tokugawa. Dentro do santuário existe um segundo portal, chamado Portal dos Reis Deva (Niomon). E perto deste, um Estábulo Sagrado, famoso por abrigar a célebre escultura dos 3 macaquinhos, conhecidos por Mizaru, Kikarazu e Iwazaru, que representam um dos princípios Xintoístas : não ver o mal, não ouvir o mal e não falar o mal.



Depois de percorrer alguns templos em plena chuvarada, fomos contemplados com uma magnífica refeição ao estilo japonês. Comida muito boa, chá para acompanhar e dor nos joelhos depois de quase 1 hora com as pernas em posição de lótus – saímos comentando: como será que os mais velhos conseguem se levantar e sair caminhando melhor que a gente???

Depois ainda tivemos oportunidade de dar uma passada dentro do Parque Nacional de Nikko, com direito de contemplar a Cascata Kegon, que mede 90 metros de altura. É possível chegar até a base da cachoeira, mas como o frio estava de lascar, não arriscamos. Fomos tomar um café, e para nossa surpresa era café brasileiro ... mas bem ruim !




Depois descemos a montanha em curvas bem acentuadas. E o espetáculo da natureza durou até o pôr-do-sol, já em plena estrada de volta à Tokyo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Blue Mountains

Charles Darvin, em um momento de sua jornada, comentou sobre esse lugar:

“ Esse tipo de visão me tornou singular e extremamente magnífico .... se imaginarmos um porto sinuoso, com águas profundas cercado de encostas e uma floresta no fundo da areia, devemos então ter a aparência e estrutura aqui exposta”


Blue Mountains é isso e muito mais. Eu completaria dizendo que o silêncio daquele lugar provoca um imenso som dentro da gente. Simplesmente magnífico!

Difícil descrever só com palavras, e como o tempo não estava aberto, as fotos não descrevem por completo o lugar.

Blue Mountains fica cerca de 1 hora de Sidney, num município chamado Katoomba. São diversas montanhas contornando um imenso vale, por onde corre um rio chamado Nepean , transformando-se numa imensa cascata dágua mais adiante ( essa parte não pudemos visitar devido ao tempo). A parte mais alta destas montanhas está a 1100m em relação ao mar – tem 942m de altura. E toda essa área (cerca de 10.000 Km2) faz parte do Patrimônio Histórico da Humanidade desde Novembro de 2000.


Quando os europeus chegaram na Austrália e vislumbraram esse cenário, consideraram o local como intransponível, até porque existiam muitas lendas em torno dos aborígines nessa área ( esse local da foto chama-se "Diabo"). Conta-se que um presidiário teria ultrapassado essa fronteira e ido viver com os aborígines. O Governador da época achou isso fascinante e mandou uma expedição explorar a área. Em 1813, Blue Mountains foi finalmente ultrapassada e construído as primeiras passagens por dentro da área, cruzando os rios e chegando na cachoeira. Logo, logo começaram a exploração de carvão e outras minerações .. nem preciso dizer que o progresso acelerou tudo...

Mas muitas lendas ficaram preservadas, entre elas a que fala das “Três Irmãs”. Três Irmãs é o nome dado as rochas que ficam numa “esquina” das Blue Mountains, medindo respectivamente 922, 918 e 906m. Conta a lenda que ali viviam um velho homem e suas 3 filhas. Ele podia imitar criaturas e com sua magia, transformava-se num pássaro chamado Lyrebird (um pássaro símbolo na Austrália). Quando ele ia caçar na floresta, dizia para suas filhas ficarem no alto dos rochedos, pois ali estariam livres do espírito mais poderoso das montanhas. Mas uma vez aconteceu de ter um imenso deslizamento onde as 3 irmãs estavam, e para salvá-las, o velho homem usou sua magia transformou-as em rochedos, e livrando-as eternamente do espírito poderoso das montanhas.(foto cedida)




Bom.. mas como sou uma pessoa que gosta não só de montanhas, imensidões verdes e muito vento, seguem aí fotos dos animais que habitam a Austrália. Esse local é uma espécie de zoo, porém onde os animais andam soltos (evidentemente os que podem andar soltos...). Chama-se “Parque da Vida Selvagem” . E, apesar de não ter conseguido uma boa foto, eu vi o monstro da Tasmania ! Ele existe mesmo. E é chamado de monstro porque tem uma morte muito horrorosa : ele tem uma doença genética que parte das gengivas cresce demasiado dentro da boca, e ou ele morre porque não pode mais ingerir alimentos, ou porque essa saliência fecha a garganta e não o deixa respirar. Por esta aparência horrível, ele é chamado de Monstro da Tasmania.









Viajar é mais do que ver vistas, é uma mudança que passa, aprofunda e permanece nas idéias de vida (Miriam Beard)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Cavalos, Cangurus e outras Curiosidades



Apesar da semana ser curta, vive-se intensamente nessa cidade. Por isso, seguem mais fotos e informações curiosas daqui.

Na terça o mundo parou na Austrália, pelo menos durante 3 minutos e 23 segundos !!! Foi o tempo que durou a corrida de cavalos para o ganhador, um cavalo chamado Shocking. Essa foi a final do campeonato mundial de corridas de cavalos promovidos aqui na Austrália – chama-se Melbourne Cup (patrocinado pela Emirates – a companhia aérea dos Emirados Árabes). O prêmio para o primeiro lugar foi de 3,3Milhões de dólares Australianos ... multipliquem aí por 1,57 e terão o resultado em reais !!!! O prêmio da aposta no primeiro lugar foi de 10 para 1. Em Melbourne foi feriado oficial, com direito a carnaval, jantar de gala, muita gente importante e muitos chapéus esquisitos. Até os apresentadores das televisões estavam caracterizados para tal evento. O mundo parou mesmo. Para quem perdeu a corrida, e gosta de cavalos, segue uma belíssima gravação. Valem os 3 minutos e pouco!

http://www.youtube.com/watch?v=RoR-hndZkHA

Tive a oportunidade de ir ao centro da cidade na terça, a tempo de ver um enorme quiosque eletrônico de apostas. Todo mundo que se preza na Austrália, aposta.








Aliás, aqui não faltam campeonatos. Existe um que é uma corrida de camelos (Camel Cup), que acontece em julho, na cidade de Alice Springs, ao norte do país. Para que vocês não percam a oportunidade de conhecer coisas estranhas, segue aí o link para os mais curiosos: http://www.camelcup.com.au/

Seguindo na linha de curiosidades, quarta-feira fui num jantar e tive a oportunidade de comer canguru, uma delícia !!! É uma carne muito saborosa, rica em proteínas e com baixíssimo teor de gordura .. deve ser porque eles pulam muito !!!! O meu prato veio com o filé de canguru nadando no vinho tinto, com batata doce gratinada e espinafre por baixo. Mas a delícia não pára aí.

O bar-restaurante em questão chama-se James Squire e fica na área do cais do porto chamada King Street – não poderia ter nome mais apropriado. Lugar lindo, de dia e de noite. E o melhor, é uma choperia maravilhosa. Onde o chopp sai diretamente de tonéis numa vitrine para as serpentinas do bar.



James Squire foi o primeiro homem na Austrália a fabricar cerveja fermentada, isso lá em 1798. Ele morreu muito rico e importante ( e tem gente que acha que cerveja é coisa de gente que só bebe ... ). Em 1998, a cervejaria Malt Shovel Brewery adquiriu o direito de fabricar as cervejas do James Squire. Bebi 2 tipos de chopp, o carro chefe do bar, chamado Amber Ale ( que tem 140 anos) e depois o Golden Ale, ambos vermelhos ( meus favoritos) e com leve sabor de fruta cítrica . Simplemente maravilhosos !!!!

Outro lugar bastante interessante por aqui chama-se “The Rocks”. Esse bairro está bem na entrada do Cais e aos pés da ponte, e foi onde Sidney começou. Possui algumas construções bem antigas, quadradas e que hoje fazem parte de uma entrada militar no porto. Contam que ali haviam piratas e muitos marinheiros que eram sequestrados. Estórias à parte, hoje é um bairro que abriga museus, antiguidades, bares, restaurantes e uma feirinha maravilhosa no domingo – parece com o bric da redenção, só que de tamanho bem menor. Gaúcho é fogo mesmo, onde vai acha algo parecido com Porto Alegre! Deve ser a saudade!!!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sidney, uma cidade para todos!






Cheguei este final de semana em Sidney, Australia, e fico por aqui somente 1 semana, mas a tempo de aproveitar algumas das belas paisagens dessa cidade encantadora em muitos sentidos !!!

A Austrália é a única nação que é uma ilha-continente, quase do tamanho do Brasil, mas com apenas 10% de nossa população. Transformada em 1788 em colônia penal inglesa, em 1850 tinha 400 mil habitantes e 13 milhões de ovelhas ( vejam que interessante .... quase 33 ovelhas por pessoa). Foi nessa época que se descobriu ouro por aqui e muita gente enriqueceu.

É um país bem jovem e cheio de contrastes: imensas extensões de praias e de espaços abertos, florestas tropicais (tem muito verde por onde se anda) , montanhas nevadas e grandes desertos (quase 1/5 do continente é deserto). E tem a ilha da Tasmânia (ao sul) com 20% de suas florestas consideradas patrimônio da humanidade. E onde também vive o “monstro da Tasmânia” ( e não da Tanzania como alguns haviam pensado lá em Agosto... rsrs).

Por falar em animais, a Austrália é o santuário de espécies exóticas : cangurus, coalas, camaleões, e muitos tubarões e baleias. Um dos passeios possíveis é a ida em alto mar para apreciar a dança das baleias.

Como foi colônia inglesa, muitos descendentes são de origem Britânica, porém após 1945, houve uma emorme imigração de países asiáticos ( hoje somam 36% da população). Dá para entender, pois aqui é bastante desenvolvido em relação a alguns países bem mais pobres da Ásia. O analfabetismo é mínimo e a maioria da população tem casa própria. Além de uma riquesa a olhos vistos: se vê na rua Ferraris conversíveis, Hummer gigantes e limousines como essa aí.



Sidney é a maior, a mais antiga e dizem, a mais excitante cidade da Austrália. Portanto, um ótimo ponto turístico. Criada há 200 anos atrás, Sidney cresceu rapidamente tornando-se uma cidade glamorosa, cosmopolita e hoje soma 4 milhões de pessoas.

O povo é muito simpático e acolhedor. Onde se vai já puxam papo. Dizem as más linguas, que aqui é o Brasil que deu certo !

A diferença de fuso horário é de 13 horas em relação ao Brasil, e tem também horário de verão, porém a duração é um pouco maior. Daqui, todos os vôos tem grande duração : do Japão são 10 horas, da Índia ou China também, da Malásia um pouco menos, e do Brasil, via Buenos Aires ( vôo transpolar) dura 18 horas sem escala ... que diga uma amiga que recentemente voou para ver o filho que aqui veio para fazer um intercâmbio e ficou.

Aliás, é o que falam daqui: as pessoas vêm para passar um tempo e adotam para sempre como moradia. Dá para comprovar quando se passeia numa Sidney ensolarada, bonita, com gente simpática e ótima comida, bebidas e cafés ( por falar nisso, almoçei carne de veado no domingo.. maravilhosa !)

Por aqui existem várias regras e leis, todas parecem ser respeitadas : uma das que mais me chamou a atenção é “não tomar bebidas alcoólicas na rua” – embora eu tenha visto alguns turistas com garrafas de cerveja na mão. Em compensação o que tem de bar e pub lotado a qualquer hora do dia é algo impressionante.



Uma curiosidade : Sidney é a capital de Nova Gales do Sul, e não da Austrália. A capital da Austrália fica uns 300Km ao sul e chama-se Canberra.

Abaixo alguns dos ensolarados e encantadores lugares da cidade:

Sidney Opera House (inaugurada pela Rainha Elizabeth II em 1973) – desde 2007 faz parte do Patrimônio Historico da Humanidade







Royal Bothanic


Harbour Bridge ( Ponte mais famosa por aqui)


St. Mary’s Cathedral








Sidney Tower(essa não é parecida com a Eiffel)


Essa foto abaixo foi tirada em cima da Ponte por um amigo que aqui esteve há alguns meses atrás e me mandou de presente. Thank you !