quinta-feira, 25 de março de 2010

Porto Alegre, Feliz Aniversário !!!

Porto Alegre completa 238 anos neste 26 de março. Jovem ainda !!!

A Capital do Rio Grande do Sul foi fundada em 1772 por casais Portugueses Açorianos e ganha o nome de Nossa Senhora Madre de Deus Porto Alegre, sendo que em 1810 é emancipada para vila, e abreviada apenas Porto Alegre. Em 1822 torna-se cidade.



Com o passar dos anos, a cidade foi acolhendo imigrantes de todo mundo, especialmente alemães, italianos, espanhóis, africanos, poloneses e libaneses, tornando a cidade multicultural. Daqui saíram grandes escritores e políticos que marcaram a história do Brasil.

Porto Alegre tem cerca de 1,5 milhões de habitantes, possuindo mais de 96% de alfabetização e é uma das capitais com maior longevidade e renda do Brasil.



É uma cidade de natureza exuberante. Banhada pelo Rio Guaíba e com 40 morros espalhados pela cidade, tem mais de 1,5 milhões de árvores, sendo considerada uma das cidades mais arborizadas do mundo.



Mas não é só de natureza que a cidade é lembrada. Possui muita história também.

A começar pelo centro da cidade, onde temos a Prefeitura, marco zero da cidade. Prédio do século XIX, inspirada na arquitetura positivista da época. Na frente do prédio temos a Fonte Talavera de La Reina com seus leões representando a força e o poder.




Ao lado da Prefeitura temos outro prédio histórico: o Mercado Público. Também construído no século XIX e reformado recentemente, abriga um centro de compras dos mais variados artigos, além de ótimos restaurantes e bares. Imperdível a salada de frutas com sorvete da banca 40, a mesma há mais de 80 anos !!

Não dá para sair deste local sem conhecer o Chalé da Praça XV ao final de uma tarde de verão. Inaugurado em 1885, já passou por várias reformas, mas seu encanto e charme continua o mesmo.

Seguindo pela Rua da Praia, que antigamente era banhada pelo Rio Guaíba, vamos vendo diversos prédios históricos até chegarmos na Praça da Alfândega. Pela Rua da Praia desfilaram tropas gaúchas que participaram das grandes revoluções do Brasil.



A Praça da Alfândega possui estátuas de grandes poetas gaúchos e é rodeada por 3 importantes museus da cidade : o Santander Cultural, o Memorial do Rio Grande do Sul e o MARGS ( Museu de Arte do Rio Grande do Sul). Mas certamente é conhecida por abrigar a Feira do Livro de Porto Alegre. Ao seu lado encontra-se o antigo Hotel Magestic, hoje Casa de Cultura Mário Quintana em homenagem ao poeta que viveu muitos anos por lá.





Se subirmos a Ladeira, vamos em direção ao centro administrativo, religioso e cultural da Cidade. Estamos na Praça da Matriz. Temos ali o Palácio Farroupilha, o Palácio Piratini, a Catedral Metropolitana, o Museu Julio de Castilhos, o Solar dos Câmara, além do mais antigo teatro da cidade, o belíssimo Teatro São Pedro (inaugurado em 1858).




Se descermos a Rua Riachuelo, antiga rua de residências nobres da cidade, chegamos a Usina do Gasômetro, ponto de encontro de todos. O prédio da Usina foi inaugurado em 1928 e abrigava uma usina termoelétrica até 1954. Hoje temos um importante centro cultural da cidade, abrigando eventos como a Bienal do Mercosul e o Fórum Social Mundial, além de shows, teatros, palestras, etc. Mas imperdível mesmo é o por-do-sol do Guaíba visto do Gasômetro ( como é normalmente chamado o local), ou de qualquer dos barcos de passeio que saem ao cair da tarde da Usina.




Além do Centro da Cidade, temos ainda o Parque Farroupilha, carinhosamente chamado de Redenção. O Brique da Redenção aos domingos é passeio certo de qualquer visitante na cidade.



Outro passeio imperdível para quem quer conhecer a capital Gaúcha é a zona sul. A Praia de Ipanema ( poluída para banho) abriga um enorme calçadão e ciclovia , além de oferecer bares para um delicioso happy hour. Além desse proximidade com o Rio, podemos ainda ter uma vista panorâmica da zona sul subindo o Morro do Osso, que ainda hoje abriga índios caingangues.



Mais para zona sul ainda uma área rural, onde recentemente começou a ser explorada pelo turismo. Chama-se “Caminhos Rurais”. São sítios e pequenas fazendas que oferecem um contato maior com a natureza aos visitantes. Trilhas ecológicas, produtos coloniais, pesca e recreação para todas as idades. O ônibus Turístico da cidade possui 2 caminhos diferenciados, onde um deles passa pelos Caminhos Rurais.

Além de história, muita cultura, passeios na natureza, Porto Alegre oferece uma vida noturna muito boa e diversificada. Temos desde bares no Mercado Público, Cafés dos Teatros, restaurantes internacionais e regionais espalhados por toda a cidade, além de muito local para shows ao vivo. Mas se a idéia é só curtir a noite num belo local, com gente bonita e muita bebida gelada, basta ir para o Bairro Moinhos de Vento com sua “Calçada da Fama”, dar uma esticada até a zona sul no Calçadão de Ipanema, ou ficar pelo Bairro Cidade Baixa, sem dúvida o mais descolado e variado local da cidade.

Mas se alguém me perguntar porque sou realmente apaixonada por esta cidade, vou cair no lugar comum. Por-do-sol igual ao do Rio Guaíba não existe ! Pelo menos que eu já tenha visto por aí !!!!!!





E para quem quiser ver Porto Alegre num comercial lindo:

quinta-feira, 11 de março de 2010

さようなら 日本 !!!!

Difícil fazer este último blog sobre o Japão. Não que me falte assunto nem fotos, muito pelo contrário. Foram 6 meses muito interessantes e completamente diferentes de tudo até então.



O respeito é um dos grandes pontos desse povo. Respeito pelo outro e por si próprio. Tudo é feito de modo que o outro se sinta importante, valorizado. Desde um simples gesto de cultivar flores na frente de qualquer prédio, das pessoas cuidarem do seu próprio lixo, dos idosos serem muito importantes nessa sociedade, até as regras de trânsito que são rigorosamente obedecidas por todos.



Segurança é algo que nos deixa estarrecidos. Coisa que vemos em poucos lugares hoje em dia. “O que não é meu, não me pertence” : um simples lema que todos seguem. Respira-se aliviado em qualquer lugar por aqui. Difícil pensar diferente daqui para frente.








A natureza e sua enorme beleza é um dos pontos mais destacados também. Acho que muito dessa paz de espírito que encontramos por aqui vem dela. E a harmonia entre a natureza e vida moderna se confunde o tempo todo. Dobramos uma rua com edifícios gigantes e nos deparamos com um Templo rodeado de belas árvores centenárias. Tudo absolutamente bem cuidado.






Se existe algo que não seja tão bom ? Claro que sim !!! Estamos falando de uma nação de primeiro mundo, com todos os stresses e modernizações que conhecemos. E com uma cultura milenar e totalmente oriental.

A que mais me chamou a atenção foi a singularidade das pessoas, de suas solidões, de sua pouca afetividade em público. As pessoas andam com pressa, sempre com seus headphones nos ouvidos, seus telefones celulares em alguma página da web ou mesmo abstraídos em suas leituras. Por vezes, pessoas numa mesma mesa em um restaurante quase não se falam – passam o tempo todo olhando o mundo através de seus celulares ultra modernos. Pais e filhos não trocam beijos e abraços nas ruas, nos parques, nos shoppings. Beijo em público parece coisa proibida : em 6 meses por aqui me deparei com exatos 3 casais trocando beijos publicamente, mas em lugares bem reservados, que só com um pouco mais de atenção podiam ser vistos. Mesmo em rodas de amigos vemos pessoas se despedindo com formais apertos de mão ou, no máximo, vários acenos de “tchau” com as 2 mãos.





Enfim, passados exatos 160 dias nesse País do Sol Nascente, consegui ver e conhecer muitos lugares e pessoas legais. Não vi tudo o que queria.

Faltou conhecer muitas coisas nesse país de beleza tão singular. Uma delas é a famosa península Shima-hanto, que fica próxima de Osaka e Nara. Obviamente é uma cidade repleta de santuários e templos, alguns com mais de 1700 anos. Mas o que eu mais gostaria de ver é o Tori natural formado por 2 rochas dentro do mar. Esse Santuário Shintoísta chama-se Meoto-iwa, ou “Pedras Casadas”. As rochas obviamente foram esculpidas pela natureza, mas esse povo tão rico em cultura o transformou em um lugar sagrado. E isso, para mim, resume tudo por aqui : respeito pela natureza, pelo sagrado, pelas pessoas e, principalmente pela sabedoria !!!!!



“Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando você ficar mais velho e pensar no passado, poderá obter prazer uma segunda vez. “

domingo, 7 de março de 2010

Chinatown em Yokohama








A Chinatown de Yokohama é a maior do Japão e uma das maiores do mundo . Aqui chama-se “Yokohama Chukagai”, tem uns 150 anos de história e uma população próxima de 4.000 pessoas – numa área aproximada de uns 10 quarteirões.

Em 1859 é inaugurado o grande porto de Yokohama e com isso se estabelece um serviço de transporte marítimo entre Yokohama e Xangai e Hong Kong, permitindo assim que muitos chineses tenham vindo se estabelecer comercialmente por aqui. Como na época não era permitido que estrangeiros vivessem em áreas não designadas a estrangeiros, Chinatown era o lugar ideal para todos. Somente em 1899 essa restrição é removida.



Em 1955 o “Grande Portão” é construído ( embora cada um dos 4 lados deste grande bairro possua uma entrada com seu “portão” associado) e então Chinatown passa a ser reconhecida oficialmente.




Em 2004 é inaugurada a linha de metrô que serve ao bairro, chamada “Motomachi Chukagai”. Motomachi é o nome de uma rua lateral ao bairro Chinês com lojas de griffe de todo o mundo. Muito bizarro!



Mas quem pensa que Chinatown é cheia de lojinhas está redondamente enganado. O bairro é praticamente todo só de restaurantes, quiosques e lanchonetes, ou seja, passa-se por todo tipo de comida chinesa. O mais curioso foi achar uma loja e restaurante Brasileiros, junto a uma enorme bandeira do Brasil, bem no centro de Chinatown.







Saindo do bairro em direção a um grande parque chamado Yamashita Park, passamos por um pequeno “Museu da Boneca”. Ali, num espaço muito pequeno, encontra-se uma coleção de bonecas do mundo inteiro. Além de bonecas e brinquedos que lembram os super-heróis mais recentes, temos também a representação do Brasil. Achei muito engraçado, pois além de uma boneca vestida de Baiana, temos ali uma série de mini jogadores de futebol. Portanto, a nossa fama de “samba e futebol” está presente até neste museu do outro lado do mundo!






E, por fim, o famoso Porto de Yokohama com a paisagem de Minato Mirai ao fundo. E claro, eu e minha filha num dia de sol maravilhoso !!!


terça-feira, 2 de março de 2010

Montanhas, Florestas e o Monte Fuji


Hakone é um dos pontos turísticos mais populares do Japão. Pudera, encravada entre o Monte Fuji e a Península Izu, é uma região circundada de montanhas, espessas florestas, vales, desfiladeiros e fontes termais (Onsen, em japonês). Nos tempos feudais era uma região que guardava a segurança da então Edo, sede do Shogunato, hoje Tokyo. Possui uma série de monumentos históricos que hoje viraram Museus, incluindo um a céu aberto.




Para chegar lá leva-se 1 hora e pouquinho entre a estação de Yokohama e a estação de Odawara, que é a porta de entrada para Hakone. Na chegada compra-se um passe para todos os tipos de transporte. Acreditem, tem trem, cabo aéreo ( tipo “bondinho”), ônibus e até barco. Mas vale muito a pena !!!! As paisagens são magníficas.




Primeiro vamos de trem morro acima. Chama-se “Hokone Tozan Railway”, e é uma ferrovia que liga a montanha na estação Odawara. Como o trem não faz curvas, ele vai num zigue-zague, ou seja, sobe um pouco, retorna, pega outra trilha e sobe mais um pouco. Não sei a distância, mas levamos mais de hora para chegar ao topo.




Lá em cima paramos na estação Owakudani, que é lugar onde brota da montanha vapores sulforosos. Ali come-se um ovo cozido, com a casca totalmente preta, cozido nessas águas. Obs.: como não passamos mal nem morremos, não deve ser ruim. Rsrsrs






Dali vamos de Aerial Cable, chamado Komagatake, até o outro lado da montanha, cruzando por florestas cobertas de neve e o Monte Fuji ao longe. Como o tempo estava cada vez mais fechando ( ainda não eram 4 horas da tarde), a vista do Monte ficou prejudicada.



Do outro lado ainda cruza-se o Lago Ashinoko, e de onde saem aquelas famosas fotos do Monte Fuji espelhado na água. Fica aqui apenas uma reprodução do nosso Fuji-san !



O Monte Fuji é a montanha mais alta do Japão, com 3.015 metros de altura. É um vulcão ativo, porém sua última erupção data de Dezembro de 1707, erupção esta que durou 17 dias. Ele é conhecido pelo seu formato de cone simétrico e, certamente, é o maior símbolo do Japão.
O Monte Fuji é rodeado por cinco lagos e está próximo à cidade de Hakone, à Península Izu e às Ilhas Izu. Esse conjunto de atrações forma o Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu, que possui 1.218,5 km² de área e foi estabelecido em 1936.

Uma curiosidade: existe uma floresta na base do Monte Fugi, conhecida como “Mar de Árvores”. Ali encontram-se cavernas subterraneas, que fazem com que os rios em volta sejam interligados. Essa cavernas, na parte mais superior permanecem constantemente cobertas de gelo, portanto sem acesso. E essa floresta é alvo de muitas lendas, e segundo contam, as bússulas não funcionam no local. Falam-se em monstros e criaturas, mas isso é apenas consequência da fama de Aokigahara. A floresta é o lugar onde as pessoas mais se suicidam no Japão ( cerca de 30 suicídios por ano na área). As autoridades colocaram placas e sinais para tentarem auxiliar as pessoas desesperadas.

Eu não tive nenhuma vontade de conhecer o local. Prefiro mesmo ficar com a vista belíssima das montanhas e seu maravilhoso vento no rosto!