sábado, 10 de outubro de 2009

Tudo por aqui pode ser surpreendente

Hoje foi um daqueles dias do verdadeiro “Não há o que não haja”.

De manhã, durante meus 45 minutos de exercícios, teve nuvens, chuva, sol e calor.

Depois tive o privilégio de conhecer um pouco mais da vida de um japonês. Fui convidada por uma colega a ir na casa dela e conhecer sua família e seus hábitos. Nosso objetivo a seguir era jantar num restaurante típico brasileiro para que ela e outra colega pudessem conhecer um pouco do Brasil também.

Para isso tive que pegar um ônibus aqui perto. Vejam bem... uma situação corriqueira que não damos muita bola, pois pegar um ônibus e descer algumas paradas depois não deve apresentar nenhuma dificuldade... mas isso não se aplica aqui !!! Pelo menos não para mim.

Levei comigo um cartãozinho com o nome da parada. Olhem que simples .. não, não está “embassada” a foto .. é assim mesmo.
Daí entrei no ônibus, paguei a passagem para a tal máquina na entrada e mostrei (gentilmente) o cartão para o motorista de luvas. Ele fez um sim com a cabeça e eu fiquei aguardando ( e rezando) o sinal “positivo” dele. Uns 15 minutos depois ele deu uma olhada para trás e “sacudiu” a cabeça... entendi que era para descer.

Vocês acham que a dificuldade acaba aí? Ledo engano ! No Japão não é tão fácil achar o endereço de uma pessoa. É necessário algum ponto de referência (os mapas mostram sempre estes pontos).

As cidades são divididas em Ku, que são como zonas ( é uma boa tradução, não?). Depois dividi-se em subzonas (banchi). Depois cada casa ou edifício tem seu número, mas não necessariamente em sequência. Vejam o endereço do meu hotel : 2-3-1 Shin-Yokohama Kouhoku-Ku Yokohama City. Traduzindo .... Zona 2, bloco 3, número 1 , na zona Kouhoku, no bairro Shin-Yokohama, na cidade de Yokohama. Pronto! Quem quiser, já sabe como chegar aqui !!!

Hã ... ia esquecendo .... as ruas aqui não têm nome escrito em lugar nenhum ... não adianta quase nada as informações acima .... hahahaha

Claro que cheguei lá, pois bastou eu ligar para a minha colega que foi gentilmente me buscar na rua. Enquanto isso fiquei fotografando uma típica casa japonesa.


Não conheço outras casas para comparar, mas não me pareceu muito pequena. Era uma casa de 2 andares, com uma entrada bem típica, onde devemos deixar os sapatos e seguir de chinelos. Na parte de baixo, segundo a explicação que recebi, ficam alguns aposentos não muito usados normalmente : tem um quarto de hóspedes para a família, um outro com pertences da casa e outro ainda uma espécie de sala com um altar. Na parte de cima ficam a sala, quartos, banheiro e cozinha.

Este altar é uma espécie de templo para a família ( chama-se “butsudan”). O que conheci era um altar de cerca de 1 metro de altura por uns 80 cm, todo em preto com algumas pinturas douradas. Dentro tinham alguns objetos: uma estátua, 2 pequenos castiçais com velas, uma caixinha redonda com areia onde coloca-se os incensos para queimar, e um vaso de flor bem na frente. Tinha também fotos de parentes que já se foram.

Este altar é onde ficam as cinzas dos antepassados, guardadas em pequenas caixas ( abaixo um exemplo, porque obviamente eu não tirei nenhuma foto). Recebi toda esta explicação com muito respeito, pois esta foi a primeira parte que me foi mostrada da casa.





Na volta, para finalizar a sequência do “não há o que não haja”, consegui chegar na estação de trem, de volta para a minha casa, bem na hora da saída do estádio de futebol (Yokohama International Stadium). Imaginem a situação ... todo mundo tentando ir pegar o trem e eu saindo da estação. Mas na realidade Japonês é organizado até para isso. Tinham separação para ir e vir dentro e fora da estação do trem, muito guarda apitando e mostrando o caminho, o trânsito todo parada nas ruas em volta do estádio e gente civilizada andando conforme eram guiados. Até me lembrou o bairro Menino Deus, em Porto Alegre, na saída de um Gre-Nal !!!!!

Informações futebolísticas:

O Jogo era pela Copa Kirin, que é um torneio anual de futebol organizado no Japão pela Kirin Corporation desde 1978 ( A Kirin é uma das marcas mais famosas de cervejas aqui, que por sua vez faz parte do grupo Mitsubishi). Tendo sempre como anfitrião a Seleção Japonesa de Futebol, o torneio inicialmente era uma competição mista entre clubes e seleções. Após dois anos em que não foi realizada (1989 e 1990) e um ano de transição (1991), a Copa Kirin passou a ser disputada exclusivamente por seleções nacionais. No ano de 1984, para quem não sabe, o Sport Clube Internacional foi campeão !!!!! Tá .. tá bom... o Palmeiras, o Fluminense e o Flamengo também foram em outros anos , mas o Inter foi o primeiro time do Brasil a ganhar aqui ... como é chato essa coisa de ser campeão de tudo ....


Bom .. o jogo era entre os Japoneses e os Escoceses. O Japão ganhou de 2 a 0 bem no finalzinho da partida, o segundo gol foi aos 45 minutos do segundo tempo. Mas ninguém precisava me dizer quais os times que estavam jogando... vejam pelas fotos !!!!! Nem sabia que tinha tanto Escocês por aqui !!! Só falatava mesmo o uísque e a gaita escocesa para ficar completo os trajes !!!




Na segunda próxima também é feriado por aqui – Dia da “Educação Física”. Aguardem que venho com novas e belas imagens daqui !

Um comentário:

  1. É chato ser campeão de tudo mesmo Ana. Mas hoje não deu, empatamos em casa... que feito para quem quer ser campeão, mas ainda temos chances!

    Dá-lhe INTER !!!

    Abração Ana

    Daniel Otto

    ResponderExcluir